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Títulos versus ações

A diferença entre um título de dívida e uma ação. Versão original criada por Sal Khan.

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Transcrição de vídeo

RKA4JL - Olá, tudo bem com você? Você vai assistir agora a mais uma aula de economia. Nesta aula vamos conversar sobre a diferença entre títulos de dívida e ações. Mas antes de falar sobre isso, é importante saber que existem duas formas de financiar uma empresa. Uma delas é por empréstimo, que é feito através do capital de terceiros. A outra é vendendo as próprias ações, permitindo que outros se tornem sócios. Isso é capital próprio. Normalmente nós chamamos isso de títulos. Você deve até saber o que são títulos de ações, mas o que é um título, de forma geral? É algo que se pode comprar e vender e que garante algum direito ou algum valor patrimonial. Por exemplo, um título no mercado de renda variável é uma ação. Já um título no mercado de dívidas é um título de dívida. Eu vou explicar isso melhor com um balanço de uma empresa fictícia. Vamos ver aqui. Temos os ativos dessa empresa e aqui está o capital próprio da empresa, que são as ações vendidas. A empresa tem, digamos, dez milhões de ações e aqui as dívidas da empresa, que é o passivo. Alguns passivos não são dívidas, mas vamos falar sobre isso em outro momento, ok? Vamos dizer que o total em ativos seja dez milhões de dólares e que o total da dívida seja seis milhões de dólares. Sabendo disso, qual é o capital próprio dessa empresa? Se a empresa tem dez milhões de dólares e sua dívida é de seis milhões, quanto sobra para os donos da empresa? Sobra quatro milhões de dólares, que serão divididos entre todos os donos da empresa. Considerando que nessa empresa temos dez milhões de ações individuais, cada pessoa que comprou um desses certificados de ações será dono de uma pequena parcela dos quatro milhões de dólares, ou seja, cada ação valeria 40 centavos. Sendo assim temos dez milhões de cotas de capital e eu poderia ilustrar isso aqui como dez milhões de certificados de ações. Enfim, qualquer que seja o papel, serão dez milhões desses papéis. Curiosamente há várias formas de levantar capital próprio, inclusive sem precisar vender, embora o mais típico seja vender ações. Podemos ver em outro momento as outras formas de títulos e ações preferenciais, mas a forma mais simples é a venda de ações. O capital de terceiros, porém, pode ser um empréstimo bancário. Você vai ao banco e diz: "Preciso de seis milhões de dólares". Então o banco diz para você: "Aqui está o dinheiro, por essa taxa de juros". Depois você vai pagar esse valor acrescido dos juros até certa data de vencimento, assim como uma hipoteca. Por exemplo, você tem que pagar os juros por cinco anos e ao final dos cinco anos você tem que pagar o valor principal, os seis milhões de dólares. Talvez você até precise de um novo empréstimo. O empréstimo bancário é uma das linhas de crédito, mas existem outras, como o tipo de cartão de crédito para empresas que, ao ser usado, se torna uma dívida contraída pela empresa. Em geral, o tipo mais conhecido é o título de dívida que consiste, basicamente, em pegar dinheiro emprestado de pessoas físicas. De muitas pessoas, na verdade. Para conseguir os seis milhões de dólares, por exemplo, pode-se dividir esse total por, quem sabe, seis mil certificados de títulos, ou seja, teremos aqui seis milhões de dólares dividido por seis mil certificados. Ou seja, o valor de cada título vai ser 1.000 dólares. Eu vou ilustrar aqui um título de dívida. Aqui está um título de dívida que traz o valor de face, também chamado de valor ao par, que é o valor nominal. Inclusive ele traz o nome "título da empresa XYZ". O valor de face é 1.000 dólares, ou seja, temos aqui um vale emitido pela empresa XYZ que tem esse valor. Se eu possuo um desses significa que a empresa XYZ irá me pagar 1.000 dólares na data de vencimento. Parece ótimo, mas e o juros durante o período? Bem, ocorre de duas formas. Pode ser que me pagarão 1.000 dólares no futuro, mas quando eu comprei, paguei somente 500 dólares. Perceba que, automaticamente, já foram somados juros. Se eu paguei 500 dólares e passados cinco anos eles me devolverem 1.000 dólares, estão me pagando juros. Eu recebo de volta mais do que eu paguei. Em outros vídeos eu vou fazer as contas direitinho aqui para mostrar como que funciona esse tipo de juros. Mas em situações como essa, em que não se paga juros no decorrer do tempo, nós chamamos de "obrigações com cupom zero". Eu sei, é muita terminologia nova, mas logo, logo você vai entender tudo isso. Cupom zero significa que não é pago nenhum juros até a data final do empréstimo. Os juros estarão incluídos no montante final. Mas o título com cupom zero tem pagamentos periódicos, feitos nesse caso pela empresa XYZ. É como se fossem juros, mas para calcular exatamente os juros do título teríamos que fazer algumas coisas aqui. Eu vou fazer uma série inteira ensinando como calcular títulos, beleza? Depende do cupom, do preço, do valor pago e quando é pago. É a mais complicado do que simplesmente dizer "estão oferecendo um cupom de seis por cento em que seriam dois pagamentos ao ano de três por cento do valor do meu título". Agora, algo interessante é que tanto as ações quanto os títulos de dívidas podem ser negociados. As ações são negociadas na bolsa de valores. Utilizando a sigla da empresa em algum site de finanças conseguimos saber qual é o preço da ação do dia. Os títulos também são negociados, só que infelizmente não é tão fácil saber o valor de um título de dívida. Mas você consegue negociar através de um banco ou corretora, onde o preço é apresentado. Enfim, assim como as ações, um título de dívida pode ser negociado, ou seja, tem um preço. Porém, há uma diferença básica na atitude do portador do título de dívida. Por exemplo, se eu tenho um título de 1.000 dólares, significa que emprestei dinheiro para a empresa, que ficaria aqui. Agora, contando que a empresa não declare falência, ela me pagará os juros e o valor que eu emprestei. Por outro lado, se possuo uma ação da empresa, eu detenho uma parcela do capital, ao contrário de uma parcela da dívida, como no caso do título. Se eu possuo uma parcela do capital, a empresa não garante me pagar de volta. Apenas diz que sou sócio dessa empresa. Sendo assim eu terei aquilo que os donos tiverem. Se a empresa valorizar muito e começar a pagar dividendos aos acionistas, terei lucro. Se a empresa foi vendida e pagar X dólares por ação, eu vou receber esse valor. E se a empresa falir, eu também vou à falência. Agora eu tenho uma pergunta para você: digamos que a empresa foi à falência. Vamos traçar esse exemplo. Digamos que essa empresa faliu, não é mais rentável, ou seja, não deu certo. Existem dois tipos de falência: o primeiro é quando o negócio vai bem, mas não consegue pagar sua dívida. Assim é preciso que haja uma reestruturação. O outro tipo é quando há a dissolução, que é quando se vê que a empresa não funciona mais. Nesse caso, todos os ativos são vendidos. Sabendo disso, o que acontece quando a empresa vai à falência? Os sócios vão querer liquidar os ativos. Então digamos que de ativo tenha só oito milhões de dólares, mas também tem os seis milhões em dívidas. A pergunta que eu quero fazer é essa aqui: Quem fica com os dois milhões de dólares: o dono do título de dívida ou o acionista? Quem será o primeiro a perder dinheiro? Quem será o primeiro a receber o seu dinheiro de volta? Pense nisso. Eu vou deixar você com essas perguntas e em outro momento a gente volta a falar sobre o processo de falência. Aproveitando esse momento, eu quero deixar para você um grande abraço e dizer que encontro você na próxima!