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Integrais de linha em um campo vetorial

Depois de aprender sobre integrais de linha em um campo escalar, aprenda sobre como integrais de linha funcionam em campos vetoriais.

O que estamos construindo

Esta animação será descrita em mais detalhes abaixo.
Crédito da animação: por Lucas V. Barbosa (trabalho próprio) [Domínio Público], via Wikimedia Commons
Digamos que exista um campo vetorial F e uma curva C vagando por esse campo. Imagine que você está caminhando ao longo da curva, e que a cada passo você calcula o produto escalar entre os dois vetores a seguir:
  • O vetor do campo F no ponto em que você está.
  • O vetor de deslocamento associado ao próximo passo que você der ao longo dessa curva.
Se você somar esses produtos escalares, terá acabado de estimar a integral de linha de F ao longo de C
A notação abreviada para essa integral de linha é
CFdr
(Dê atenção especial ao fato de que isso é um produto escalar)
A notação mais explícita, dada uma parametrização r(t) de C, é
abF(r(t))r(t)dt
Integrais de linha são úteis em física para calcular o trabalho realizado por uma força em um objeto em movimento.
Se você parametrizar a curva de forma que mova na direção oposta a medida que t aumenta, o valor da integral de linha é multiplicado por 1.

Baleia caindo do céu

Imagine que temos uma baleia, que chamarei de Willy, caindo do céu. Suponha que ela caia ao longo de uma curva, talvez porque as correntes de ar a empurrem de um lado para o outro.
Nesse exemplo, estou assumindo que você esteja familiarizado com a ideia da física de que uma força realiza trabalho em um objeto em movimento, e que esse trabalho é definido como o produto escalar entre o vetor de força e o vetor de deslocamento.
Questão-chave: qual é o trabalho realizado sobre Willy pela gravidade conforme ele cai ao longo da curva C?
Normalmente, o cálculo do trabalho é feito com relação a um vetor reto de força e um vetor reto de deslocamento, então o que podemos fazer com essa trajetória curvada? Você pode começar imaginando que a curva está dividida em vários pequenos vetores deslocamentos:
Vá em frente e dê um nome para cada um desses vetores deslocamento,
Δs1, Δs2, Δs3,
O trabalho realizado pela gravidade ao longo de cada um desses vetores deslocamento é o vetor força da gravidade, que chamarei de Fg, multiplicado pelo próprio vetor deslocamento:
FgΔsi
O trabalho total realizado pela gravidade ao longo de toda a curva é então estimado por
n=1NFgΔsn
Mas, é claro, isto é cálculo, então não olhamos apenas para um número específico de passos finitos ao longo da curva C. Nós consideramos o valor do limite a que essa soma se aproxima a medida que o tamanho desses passos se torna cada vez menor. Isto é capturado com a seguinte integral:
CFgds
Isso é muito similar à integração de linha em um campo escalar, mas há uma diferença importante: o pequeno passo ds agora é pensado como um vetor, e não como um comprimento escalar. Na integral acima, eu escrevi tanto Fg quanto ds com pequenas setas em cima para enfatizar que eles são vetores. Uma maneira mais sutil e mais comum de enfatizar que essas são grandezas vetoriais é escrever a variável em negrito:
CFgds
Conclusão principal: o que estamos somando conforme vagamos ao longo de C não é o valor total de Fg em cada ponto, mas, sim, a componente de Fg apontada na mesma direção que o vetor ds. Isto é, a componente de força na direção da curva.

Exemplo 1: colocando números na queda de Willy.

Vejamos como isso se desenvolve quando acompanhamos o cálculo.
Suponha que a curva da queda de Willy é descrita pela função paramétrica
s(t)=[100(tsen(t))100(tsen(t))]
O vetor ds, que representa um pequeno passo sobre a curva, pode ser dado como a derivada dessa função, multiplicada por dt:
ds=dsdtdt=s(t)dt
Se isto lhe parece estranho, considere dar uma olhada no artigo que descreve derivadas de funções paramétricas. A forma de visualizar isso é pensar em um pequeno acréscimo ao parâmetro t de tamanho dt. Isso resulta em uma pequena variação ao longo da curva descrita por s(t), que é dada pelo vetor s(t)dt.
Para calcular o vetor dessa derivada simplesmente precisamos cacular a derivada de cada componente:
dsdt=[ddt100(tsen(t))ddt100(tsen(t))]dsdt=[100(1cos(t))100(1cos(t))]
A força da gravidade é dada pela aceleração 9,8ms2 multiplicada pela massa de Willy. Não que isso seja importante, mas eu pesquisei a massa tipica de uma baleia-azul, e ela é em torno de 170.000kg, então vamos usar este número.
Já que essa força é direcionada exclusivamente para baixo, a gravidade como um vetor força fica assim:
Fg=[0(170.000)(9,8)]
Digamos que queremos encontrar o trabalho realizado pela gravidade entre os tempos t=0 e t=10. O que você obtém quando insere todas essas informações na integral CFgds e a calcula? Reserve um momento para tentar escrever isso sozinho antes de olhar a resposta.
(Aqueles estudantes de física, que como você perceberam que seria mais fácil apenas calcular o potencial gravitacional de Willy no início e no fim de sua queda e encontrar a diferença, vão adorar o tópico de campos conservativos!)

Visualizando integrais de linha mais gerais através de um campo vetorial

No exemplo anterior, o campo vetorial da gravidade é constante. A gravidade aponta direto para baixo com a mesma magnitude em todos os lugares. Como com a maioria das integrais de linha através de um campo vetorial, os vetores no campo são diferentes em diferentes pontos no espaço, então o valor multiplicado por ds varia. A animação a seguir mostra como isso pode ser.
(Observe que a animação utiliza a variável r, em vez de s, para parametrizar a curva, mas, é claro, isso não faz diferença).
Crédito da animação: por Lucas V. Barbosa (trabalho próprio) [Domínio Público], via Wikimedia Commons
Vamos analisar o que está acontecendo aqui. A integral de linha em si é escrita assim:
CF(r)dr=abF(r(t))r(t)dt
em que
  • F é um campo vetorial, que associa cada ponto no espaço a um vetor. Você pode pensar nisso como um campo de força.
  • C é uma curva através do espaço.
  • r(t) é uma função vetorial que parametriza a curva C no intervalo atb
  • r(t) é a derivada de r, que representa o vetor velocidade de uma partícula cuja posição é dada por r(t) enquanto t aumenta a uma taxa constante. Quando você multiplica isso por um pequeno passo no tempo, dt, o resultado é um pequeno vetor deslocamento, que eu gosto de pensar como um pequeno passo ao longo da curva. Tecnicamente, é um pequeno passo na direção tangente à curva, mas para um dt suficientemente pequeno, isso equivale à mesma coisa.
  • Observe que nessa animação o comprimento de r(t) permanece constante. Isso não é necessariamente verdadeiro para a maioria das parametrizações de C, que podem aumentar ou diminuir sua velocidade a medida que sua posição varia de acordo com r. Por exemplo, Willy estava provavelmente acelerando durante a queda, fazendo o vetor velocidade crescer ao longo do tempo.
  • O círculo que gira no canto inferior direito do diagrama é um pouco confuso à primeira vista. Ele representa a extensão à qual o vetor F(r(t)) se alinha com o vetor tangente r(t). Os vetores cinzas x e y são mostrados para se ver como estes vetores são orientados em relação ao plano xy como um todo.
Verificação de conceito: o que representa o produto escalar F(r(t))r(t)dt?
Escolha 1 resposta:

Em termos de física, você pode pensar neste produto escalar
F(r(t))r(t)dt
como
dW
Isto é, uma pequena quantidade de trabalho realizado pelo campo de força F sobre uma partícula se movendo ao longo de C.

Exemplo 2: trabalho realizado por um tornado

Considere o campo vetorial descrito pela função
F(x,y)=[yx]
O campo vetorial fica assim:
Pensado como uma força, este campo vetorial empurra os objetos no sentido anti-horário ao redor da origem. Por exemplo, talvez isto represente a força relativa à resistência do ar no interior de um tornado. Isto é um pouco irreal porque implicaria que a força cresce continuamente à medida que você se afasta do centro do tornado, mas podemos dizer, apenas eufemisticamente, que ele é um "modelo simplificado" e continuar nosso caminho.
Suponha que queiramos calcular uma integral de linha através deste campo vetorial ao longo de um círculo de raio 1 centrado em (2,0).
Devo salientar que a orientação é relevante aqui. O trabalho realizado pelo campo de força do tornado à medida que caminhamos no sentido anti-horário em torno do círculo pode ser diferente do trabalho realizado à medida que caminhamos no sentido horário em torno dele (veremos isso explicitamente em breve).
Se escolhermos considerar uma caminhada no sentido anti-horário em torno deste círculo, podemos parametrizar a curva com a função.
r(t)=[cos(t)+2sen(t)]
em que t tem um intervalo de 0 a 2π.
Novamente, para definir a integral de linha que represente o trabalho, você considera o vetor força em cada ponto, F(x,y), e o multiplica por um pequeno passo ao longo da curva, dr:
CFdr

Etapa 1: expandir a integral

Verificação de conceito: qual das seguintes integrais representa a mesma coisa que CFdr?
Escolha 1 resposta:

Etapa 2: expandir cada componente

Verificação de conceito: com base nas definições acima, qual é o valor de F(r(t))?
Escolha 1 resposta:

Verificação de conceito: qual é o valor de r(t)?
Escolha 1 resposta:

Etapa 3: calcular a integral

Verificação de conceito: junte as três últimas respostas para calcular a integral.
CFdr =

Esta resposta final dá a quantidade de trabalho realizado pelo campo de força do tornado sobre uma partícula se movendo no sentido anti-horário em torno do círculo ilustrado acima.
Pergunta para reflexão: por que deve ser intuitivo que essa resposta seja positiva?

A orientação importa

O que teria acontecido se, no exemplo anterior, tivéssemos orientado o círculo no sentido horário? Por exemplo, poderíamos tê-lo parametrizado com a função
r(t)=[cos(t)+2sen(t)]
Se quiser, você pode inserir isso e realizar todos os cálculos para ver o que acontece. No entanto, há uma maneira mais simples de raciocinar sobre o que vai acontecer. Na integral
CFdr,
cada vetor dr que representa um pequeno passo ao longo da curva será girado para apontar na direção oposta.
Verificação de conceito: suponha que você tenha dois vetores v e w, e que vw=3. Você gira v para apontar na direção oposta, obtendo um novo vetor vnovo=v. O que acontece com o produto escalar?
vnovow=

Como o produto escalar dentro da integral é multiplicado por 1 quando você inverte a direção de cada dr, podemos concluir o seguinte:
Conclusão-chave: a integral de linha através de um campo vetorial é multiplicada por 1 quando você inverte a orientação de uma curva.

Resumo

  • A notação abreviada de uma integral de linha através de um campo vetorial é
CFdr
abF(r(t))r(t)dt
  • Integrais de linha são úteis em física para calcular o trabalho realizado por uma força em um objeto em movimento.
  • Se você parametrizar a curva de tal forma que você se mova na direção oposta conforme t aumenta, o valor da integral de linha é multiplicado por 1.

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