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Curso: Química orgânica > Unidade 12
Lição 2: Condensação aldólicaReação aldólica
Introdução ao mecanismo para a reação aldólica. Versão original criada por Sal Khan.
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Transcrição de vídeo
RKA22JL - Vamos iniciar mais uma aula
da Khan Academy Brasil. Neste vídeo, quero falar sobre um mecanismo
conhecido como reação aldólica. Este é um dos mecanismos e reações
mais importantes em toda a química orgânica, porque é uma forma poderosa
de criar ligações carbono-carbono. Isso será uma pequena revisão
do que vimos com o enol e os íons enolato
e o tautomerismo ceto-enól. Vamos começar
com alguns aldeídos. Por conveniência, vou
fazê-los idênticos. Digamos que este
é um dos aldeídos. Ele só tem uma cadeia de carbono
ali, onde está o R. Pode ser de qualquer comprimento
e, eu tenho outro carbono aqui. Ele está ligado ao grupo carbonila
e vamos torná-lo um aldeído, apesar de você poder ter essa reação
com uma cetona também. Só para esclarecer, normalmente
não precisamos colocar os hidrogênios. Apenas como uma
pequena revisão, o carbono que está ao lado do carbono da
carbonila é chamado de carbono alfa. Se tivéssemos uma cetona,
isso também poderia ser um carbono alfa. Claro, se isso
fosse um carbono. E o que nós vamos
ver nessa reação é que esses hidrogênios são muito mais ácidos
do que os hidrogênios tradicionais ligados a carbonos
no resto da cadeia. Isso vem do fato de que este próton
pode ser dado a outra coisa. O elétron pode ir para esse carbono
e ele será estabilizado por ressonância. Eu disse que desenharia duas moléculas disso
porque precisamos de duas moléculas. Vou desenhar
outro aldeído aqui. Vou fazer simétrico a este, porque vai ser mais fácil
de visualizar as duas moléculas Então temos o
grupo R e o oxigênio. Eu não vou desenhar
todos os hidrogênios aqui. Mas esta e esta são exatamente
a mesma molécula. Vamos ver a
reação aldólica. Nós estaremos
em um ambiente básico, então você pode imaginar
que isso será catalisado por uma base. Agora, imagine que temos
um pouco de hidróxido ao redor, um pouco de ânion hidróxido
flutuando em torno da carga negativa assim. Eu disse que esses hidrogênios
são muito mais ácidos do que todos os outros hidrogênios
em toda a cadeia de carbono. São hidrogênios alfa. Então você pode imaginar uma situação
em que um elétron do hidróxido é dado a um desses
prótons do hidrogênio. O elétron que estava associado
a esse hidrogênio é devolvido a este carbono alfa. Então, os produtos desta etapa
estariam em equilíbrio com... Temos a cadeia de carbono
ou o resto da molécula ali. Ele está ligado aqui ao carbono alfa,
que agora será negativo, que está ligado ao grupo carbonila,
que está ligado um hidrogênio. Não vou mais fazer
esse hidrogênio. Sabemos que está lá, mas vou continuar fazendo
esse hidrogênio bem aqui. O outro hidrogênio foi tirado e esse
carbono alfa agora tem uma carga negativa, porque ele pegou o elétron
daquele próton, e é claro que temos o hidróxido
que pegou esse hidrogênio, e agora é água. A razão pela qual isso era ácido é porque está
estabilizado por ressonância, e eu vou mostrar isso. Este carbono alfa pode doar
seu elétron para o carbono carbonila e, se a carbonila receber um elétron, ele pode
doar um elétron para este oxigênio aqui e vai quebrar
a ligação dupla. Então esta configuração é estabilizada
por ressonância com isto. Eu poderia desenhar assim, temos o R e temos
uma ligação simples com este oxigênio. Agora ganhou um elétron
e é negativo. Agora temos uma ligação dupla assim,
e eu poderia desenhar esse hidrogênio. Já está implícito ali.
Este é o íon enolato, se tivéssemos um hidrogênio aqui seria um enol,
e diríamos que essa é a forma cetônica. Essa é a
forma enol. O íon enolato pode atuar
como um nucleófilo. Ele pode fazer um ataque nucleofílico
em outros aldeídos do grupo carbonila. Mas ele faz de uma
forma não convencional. Vamos ver.
Ele ataca assim. Temos o grupo carbonila e o carbono alfa.
Depois, temos um grupo R. Vou deixar claro que esses dois
são formas de ressonantes. E, mais uma vez, essa é
a razão pela qual é mais fácil pegar esse hidrogênio do que outros hidrogênios
em uma cadeia de carbono tradicional. É mais fácil levar um hidrogênio alfa
a um grupo carbonila porque temos
essa estrutura de ressonância. mas esse íon enolato,
especialmente essa configuração, você pode imaginar
fazendo algo assim. Você pode imaginar esse oxigênio devolvendo
o elétron para o carbono carbonila. E, quando isso acontece,
esse aqui vai doar um elétron, esse elétron doado poderia fazer
um ataque nucleofílico neste grupo carbonila. Se este carbono carbonila
recebe um elétron, ele poderia doar um elétron
para aquele oxigênio bem ali. Então, no próximo passo,
depois disso, teríamos algo assim. Vou desenhar esse aqui
da esquerda primeiro. Nós temos uma ligação dupla com este oxigênio e,
então, temos o resto do que era um aldeído. E então temos
o grupo R, mas agora esse elétron conseguiu
um ataque nesse outro aldeído. Então esse aqui, esse carbono alfa, é o
mesmo carbono alfa com que estamos lidando. O mesmo carbono alfa agora
está ligado a este carbono carbonila. Então agora está ligado
a este carbono carbonila aqui. E, então, vai ficar assim.
Vou desenhar com as cores certas. Assim, esse carbono carbonila
tem uma ligação simples com esse oxigênio. Ele pegou o
elétron de volta, só que esse oxigênio agora tem uma carga
negativa e está ligado ao seu carbono alfa. E ele está ligado a outro grupo.
Provavelmente, a um grupo alquila. Na etapa final,
este ânion pode se livrar de sua carga negativa essencialmente pegando
o hidrogênio, talvez, desta água que foi formada antes. Claro, não será da mesma molécula e, é claro,
tudo isso em um ambiente básico, de forma que ele possa doar
um elétron para esse hidrogênio e o próton do hidrogênio doaria
um elétron para o hidróxido e o hidróxido ficaria
negativo novamente. Então qual será o produto final?
O produto final será: temos esse grupo
carbonila bem aqui. Ele está ligado a esse grupo radical logo acima.
Vou fazer com as mesmas cores. Essa ligação bem aqui é essa ligação
e este carbono está ligado a um carbono que está ligado a
um grupo hidroxila agora. Então, vai ficar assim. Este oxigênio é agora este oxigênio,
e ele apenas capturou este hidrogênio. É agora um grupo hidroxila.
É “-OH”. Então, finalmente, isso aqui
está ligado ao que era um carbono alfa, que está ligado
a um grupo radical. Podemos lembrar que sempre houve
um hidrogênio aqui. Então por que isso é chamado
de reação aldólica? Por que isso
é importante? É chamado de reação aldólica
porque o que formamos é um aldeído. Note que isso é um aldeído
e é um álcool. Daí vem a palavra aldólica. Mas o mais importante sobre isso é que
você também poderia ter feito isso com uma cetona. Poderíamos ter um grupo metila
ou um grupo etila. Poderíamos ter uma grande
cadeia de carbono. Teria funcionado. Então a reação aldólica não forma
apenas coisas que são aldeídos e álcoois. Ela poderia ter formado algo
que é uma cetona e um álcool, mas a coisa mais importante
sobre a reação aldólica é que mostra como o íon enolato
pode ser um nucleófilo, mostra porque os hidrogênios alfa
são mais ácidos do que o hidrogênio em outras partes
das cadeias de carbono. Mas o lado mais
útil disso tudo é que é uma forma útil de unir
duas cadeias de carbono. Podemos juntar este carbono alfa
a este carbono carbonila para formar este aldol. Ainda é um carbono alfa aqui,
este é um carbono beta. Então algumas vezes isso
será conhecido como beta-hidroxi. Provavelmente já usamos coisas
da farmácia que continham esse nome. Este é alfa
e este é beta, e tem um grupo hidroxila
sobre o carbono beta: beta-hidroxi aldeído. Espero que tenha gostado da nossa aula
e ficamos por aqui. Até a próxima!